Como disse quando fiz o post sobre Paris, gosto de aproveitar os fins-de-semana prolongados no Reino Unido (entre a Páscoa e o fim do Verão) para explorar cidades europeias que ainda não conheça.
Mal entrou 2014, por volta de dia 1 ou 2 de Janeiro, decidi que este ano iria passar a Páscoa a Berlim.
Sempre ouvi falar muito da cidade em si, porque a minha madrinha passou lá alguns tempos ainda na época do muro; e porque a minha família tem amigos de longa data que são alemães, sempre tive curiosidade de ir conhecer o país, então a capital pareceu-me um bom começo.
Como chegar:
Apanhei o avião da British Airways para Tegel, um aeroporto característico pelas curtíssimas distâncias desde o avião até às malas e à saída – em menos de 20 minutos estava na rua e então apanhei um taxi para o hotel.
Onde ficar:
Tive uma sorte enorme porque ao explorar o TripAdvisor a procura de um hotel para ficar encontrei o Adina Hackescher Markt, que tem uma pontuação excelente e é super central, a localização não podia ser melhor. E a parte mais engraçada, para mim, foi poder ficar numa espécie de apartamento estúdio, com uma casa de banho boa, uma mini cozinha e uma vista espectacular para a Fernsehturm.
O que ver:
Para além das famosas portas de Brandenburgo há dois pontos a não perder: à esquerda, por trás da Embaixada dos EUA, o Monumento às vítimas do Holocausto, uma instalação artística com vários blocos de cimento de alturas variadas, colocadas num terreno quase ondulado, que dão a sensação de prisão, de tontura, mas no fim, de uma esperança no Futuro.
Para o lado direito das portas, fica o Parlamento Alemão, um edifício cheio de História, no cimo do qual agora se situa uma cúpula transparente, de onde se vê a cidade de ângulos magníficos. Eu sou ligeiramente (leia-se: muito) medricas com as alturas, mas subi e apesar de tudo (medo) acho que vale imenso a pena não só pelas vistas fantásticas, mas também para conhecer um pouco mais sobre o edifício e o seu passado.
Outro ponto de imenso interesse em Berlim é o Museu Judaico. Por razões óbvias tem um enorme impacto, mas é um museu muito bem conseguido: o espaço é moderno, a informação é explicada de forma clara e concisa, com a ajuda de guias áudio que não tornam a visita muito lenta (o que acontece em alguns outros museus que já visitei) e é muito interessante para quem tem curiosidade em saber mais sobre uma religião/cultura diferente, e o impacto que ela teve e tem em Berlim enquanto cidade.
Há também a Ilha dos Museus, onde se pode visitar a Porta de Ishtar, o altar de Pérgamo ou o busto de Nefertiti – pedaços de uma outra História que são tão grandiosos que quase cortam a respiração.
A explorar:
A zona comercial à volta da Kaiser Wilhem Gedächtniskirche (que por si só também merece uma visita, embora eu não tenha podido, as ruínas estavam em manutenção…) é muito animada e cheia de gente.
O KaDeWe (Loja de Departamento do Oeste) tem um encanto especial – se gostarem de artigos de papelaria, tipo blocos de notas, canetas, essas coisas, o KaDeWe é o paraíso! E a zona de comida na Páscoa é fascinante: pessoas a comprarem ovos de Páscoa aos montes para a celebração no Domingo, com o mesmo ar atarefado que estamos acostumados a ver nas pessoas que andam a fazer compras de Natal de ultima hora. Adorei o entusiasmo, foi contagiante!
Também gostei de explorar a zona do Memorial ao muro de Berlim: saindo na estação Bernauer Straße do U-Bahn, podemos seguir por um jardim onde está assinalado com postes de metal o sítio onde o muro estaria. Ao longo do jardim, que se estende ao longo da rua, existem vários pontos de informação que contam a história do muro, e das pessoas que viveram antes dele e com ele, incluindo as que tentaram passá-lo. Chegando ao fundo do jardim encontramos um bocado do muro que foi deixado intacto, para preservar a memória e dar a ideia do que seria viver com aquela quantidade de betão a separar uma cidade, a separar famílias, amigos, etc. Dá que pensar.
Recomendo também um passeio pela zona de Hackescher Markt e especialmente pelos pátios interiores em Hackeschen Höfe – um conjunto de pátios rodeados por prédios antigos, lindos, com lojas, restaurantes e cafés escondidos a cada canto.
Finalmente, recomendo uma visita à Karl Marx Allee. O nome diz, quase, tudo: é uma (enorme!) avenida construída na era comunista do lado este de Berlim, com edifícios grandiosos (parte do plano de reconstrução da Alemanha no pós-II Guerra), lojas, restaurantes, cafés e um grandioso cinema (O “Internacional”…) à antiga. Passear por esta zona é quase como entrar num DeLorean e fazer uma viagem no tempo: talvez por estar tudo fechado quando lá fui mas parecia até que certas partes da avenida tinham ficado paradas no tempo, o que é fascinante e ao mesmo tempo constrangedor, porque, mais uma vez, dá que pensar.
Nota:
Não caiam na mesma asneira que eu, se forem a Berlim planeiem bem e fiquem atentos a feriados alemães – como disse eu fui na Páscoa e estes feriados são levados mesmo a sério, restaurantes e afins ainda estão abertos mas supermercados para se comprar comida ou uma água: nada! Parecendo que não há zonas que são difíceis de explorar em condições quando estão as lojas todas fechadas. Fica o conselho.
Vocês já foram a Berlim? Quais as vossas partes preferidas? Alguma sugestão para um próximo fim-de-semana algures na Europa?
T xx
Gostei das fotografias e dos textos! 😉 Rita
Obrigada! 😀